um pequeno gesto, inerme e delicado, sustou, por um átimo
o tempo, o som, o sol e tudo que passava.
Os dedos delicados dela tocaram-lhe as faces hirsutas.
Seus lábios lhanos e lívidos sussurraram-lhe algo
e um sorriso que, como as pombas da Alfândega, abriu suas delicadas asas e se perdeu para sempre na tarde alheia.
Eles nunca saberão de mim
e a cidade nunca saberá...
Do lugar donde eu me encontrava imaginei um sussurro, inaudível:
"não te vás, fiques mais um pouco!"
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