Ela desabrochou com as primeiras horas do dia.
E sem alardes,
sem nenhuma razão aparente
e também sem qualquer outra pretensão,
que não a de desabrochar
simplesmente,
projetou suas pétalas em direção ao sol,
delicadamente.
Uma borboleta prostrada e velha,
um beija-flor que há muito não beijava
e uma abelha exaurida, que há algum tempo perdera suas asas e agora só observava,
observavam.
A tarde veio e se foi.
A borboleta, pelo discreto, errático e derradeiro voo,
o beija-flor, por seu último e mais apaixonado beijo
e a abelha, pela doçura inaudita daquele último néctar,
agradeceram por ela,
e pelos pequenos milagres da vida.
Quando a noite chegou, enfim,
só os pirilampos testemunharam a partida!
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