Aprecio os perdedores. Mas não qualquer tipo de perdedor, não. E sim uma espécime em particular dentre os
perdedores. O perdedor que aprecio é do
tipo que não esconde as marcas das inúmeras derrotas, mas também não as ostenta: ele traz essas cicatrizes na face, nos punhos, pelo corpo, mas, sobretudo, na alma. Ele é aquele
que, quando compelido, entra no campo de batalha, avalia seus contendores, os cumprimenta
cordialmente olhando-os diretamente nos olhos, percebe sua inferioridade ante
eles e, ainda assim, se lança!, mesmo antevendo a derrota. Finda a luta,
arrasta-se até um canto qualquer, lambe suas feridas e, passado algum tempo,
levanta-se! O perdedor que admiro não externa seus lamentos e nem os motivos pelos quais prefere silenciá-los. E quando lembrado sobre seus reveses, sorri, introspectivo, sem ressentimentos. E sim!, ele tem lá as suas vitórias, ás vezes. Não obstante,
as lembranças das inúmeras derrotas o tornou suficientemente humilde para saber
que elas, as vitórias, são circunstanciais e efêmeras. Talvez seja minha
inclinação para o estoicismo, não sei. Talvez decorra da profunda impressão que
me causou, ainda na adolescência, o que Hamlet disse a Horácio, “... pois
sempre foste diante das dores, como quem não sofre, um homem que recebe como
idênticos golpes ou recompensas da fortuna, e igualmente os agradece.” É
possível que um perdedor assim seja apenas minha idealização, uma alegoria romântica.
Mas num mundo com tantos vencedores gosto de imaginar que exista um perdedor assim, e que ele ainda esteja
lá, perdido no campo de batalha, se recompondo após mais uma derrota, enquanto
os vencedores se retiram, sob os holofotes e os aplausos da plateia.
Manter sempre a serenidade diante as circunstâncias ,TE AMOOO..... ´´SI´´
ResponderExcluirUma cadeia de lembranças me vêm, e busco o que não é da ordem do possível: saber do que tanto vc fala...
ResponderExcluirNão importa, o que arrebenta é o que me toca, é o que toca no outro; cada um com seus "ponchos"...
De (quase) nada escapamos
Um abç