domingo, 8 de abril de 2012

Sulcos que o verniz não encobre


Porque “...nadie puede matar lo que ya há sido...”,

Eu ainda guardo na minha o gosto secreto da tua boca;

E o sol despediu-se tantas vezes desde então.



Porque “...nadie puede matar lo que ya há sido...”,

As pequenas coisas continuaram significando tanto,

O perfume discreto da tua nuca e a misteriosa delicadeza daquele teu sorriso terno e breve.



O rio do qual eu gosto

Gosto deste velho e generoso rio às margens do qual plantei árvores e amizades, tive um amor e um filho, escrevi singelas e prosaicas histórias; talvez por gostar de distâncias, ele não se resignou em escolher o traçado mais curto para chegar ao mar; teatino, serpenteou serras, planicies e lonjuras para juntar suas águas às das cataratas; gosto deste velho e generoso rio

As coisas do espaço-tempo

Resultado de imagem para espaço tempo

Pode parecer estranho, mas a Teoria da Relatividade me autoriza a crer que aquilo que foi continua sendo em algum lugar do espaço-tempo, e então,

                                  exatamente neste momento 

de algum lugar distante do universo e através das estrelas, alguém pode estar observando aquele nosso longínquo, inefável e fugaz primeiro beijo.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

O menino e a primavera

O menino caminha pela calçada levado pela mão de sua mãe;
Enquanto vai, o menino pula, aponta para a nuvem, tenta alcançar a borboleta, sorri para o transeunte;
Sua mãe, talvez por carregar um mundo sobre as costas, simplesmente segue, absorta.