"Promessas foram feitas para não serem cumpridas!". Lembro-me bem do impacto que a frase exerceu sobre mim quando a ouvi pela primeira e única vez, diretamente dos lábios do ancião sábio e peregrino. Lembro-me também de tentar, pronta e atabalhoadamente, com veemência sem contudo atacar a premissa básica, retrucar-lhe: "Mas as promessas são, a seu modo, lugares de felicidade". "Para quem? Para os ingênuos, os tolos, ou para os jogadores?". Décadas depois, sentado à beira do crepúsculo, faço um balanço de todas as promessas que fiz e das que me fizeram e, lhano, concluo, mas ainda como se fosse uma aspiração juvenil: O algoz das promessas é o tempo, e não os olhos dela...
Apenas por um dia é a natureza daquilo que é efêmero, transitório, impermanente, mas nem por isso menos belo, singular ou desprovido de importância. Sempre haverá uma perspectiva, um fragmento encoberto, que faz com que algo qualquer envolva alguma qualidade incomum, ainda que ambígua, mas por isso mesmo, rara.
quinta-feira, 1 de outubro de 2020
As Promessas e seu algoz
Assinar:
Postagens (Atom)