terça-feira, 30 de julho de 2019

Os loucos, seus solilóquios e os meninos



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Era um livrinho antigo, recheado por uma prosa igualmente antiguada e clichê; seus personagens, como que alheios às estruturas sociológicas pertinentes ou recomendáveis, mas que alguém identificará como pequeno burguesa, só falavam por uma espécie de solilóquio anacrônico, do tipo, "Eu espero! Quando a tarde se for por detrás do campanário, tu, finalmente, dirás que me ama. Mas se a lua vier sem que o digas, eu espero. E então esperarei pela aurora, e creio que ali, tu o dirás. Contudo, se esqueceres, por alguma razão qualquer, eu ainda estarei a espera". Como veem, uns loucos! Mas o menino os amava, e sonhava longe, com seu coração de menino e relances do primeiro amor às primeiras letras.